Quantas vezes Jesus morreu?

Compreendendo a profundidade da morte de Jesus.

Eu tenho certeza que chamei a sua atenção com o título. Isso se deve ao fato de que a maioria de nós conhece pelo menos o básico da história de Jesus, o homem mais importante e notável de toda história da humanidade.

E um dos acontecimentos mais conhecidos da história do Cristo (senão o mais) é a sua morte. Para todos em sua época, Jesus morrer seria uma derrota. A popularidade que o Mestre havia alcançado o colocava no patamar de “esperança política”, o homem que poderia livrar Israel das mãos de Roma.

Mas essa não era a missão de Jesus. Nem mesmo seus discípulos haviam compreendido o verdadeiro ofício de Cristo, não é pra menos que Judas o traiu, Pedro o negou e todos os outros fugiram. Eles não haviam entendido ainda que a Cruz deixaria de ser um símbolo de vergonha, para se tornar o lugar da nossa vitória!

Jesus não foi o primeiro, nem o último a morrer em uma cruz, mas Ele foi o único a vencê-la. Ao terceiro dia Ele ressuscitou. Mas a morte de cruz não foi a única de Cristo, Ele provou de uma morte muito pior.

Mas, antes de entender esse lindo aspecto do sacrifício de Cristo, precisamos compreender um pouco melhor a morte. Fomos criados pra eternidade, Deus não nos criou para morrer. No Jardim do Éden, Deus dá instruções bem claras a Adão:

Ou seja, a morte entrou no mundo como consequência do pecado do homem.

Porém, a morte pode ser tanto física, como também espiritual. A primeira morte diz respeito ao que é visível, ou seja, a morte do corpo. Já a segunda, é a separação do homem de Deus, alguém que vive alienado a Deus, está morto espiritualmente.

João 3:16, um dos versículos mais conhecidos em todo o mundo afirma que os que creem Jesus não morrerão, mas terão a vida eterna. Essa é uma clara referência à morte espiritual, pois, mesmo crendo em Jesus o homem pode passar pela morte física, mas jamais pela espiritual.

E se hoje não provamos da morte espiritual, é porque alguém provou por nós: Jesus. O “cálice” que Jesus ora a Deus pedindo que fosse afastado Dele em Mateus 26:36–46, é um símbolo do sofrimento que Ele passaria, e envolve não somente os seus sofrimentos físicos, mas principalmente a esfera espiritual.

Jesus sofreu incontáveis torturas antes de padecer uma morte humilhante e sofrida em um madeiro, e a Bíblia diz que em nenhum momento Ele se queixou: “como um cordeiro mudo, ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53:7). Mas, no momento em que Deus o abandona (Jesus carregava os pecados de toda humanidade e Deus não tem comunhão com o pecado), Jesus expressa toda a sua agonia em um brado:

Para que não provássemos o dano da segunda morte, Ele padeceu por nós não apenas a morte física, mas também a espiritual, e essa última é muito mais agonizante que a primeira.

Ou seja, Cristo morreu duas vezes.

Por alguns instantes, Jesus abriu mão de sua comunhão com o Pai, para que pudéssemos ser participantes de tal privilégio.

Termino este artigo com uma frase do célebre pregador C.H. Spurgeon:

“Olhe para a cruz, e odeie o seu pecado, pois ele pregou o seu amado no madeiro.”

Acredito que quando entendemos essa verdade, passamos a valorizar muito mais o que Jesus fez por nós e a viver uma vida cada vez mais devota à Ele.

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